Como são tratadas as TIC na BNCC?
A BNCC trata as Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) como mais um recurso de interação com o cotidiano, ou como parte do contexto de vida dos alunos.
Publicado em 14/08/2017 11:32 - Atualizado em 04/10/2017 16:36
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Base Nacional Comum Curricular (BNCC) chega à reta final com quase 13 milhões de autores. Além da equipe do MEC, o documento foi lido por professores, estudantes, gestores e membros do Terceiro Setor. Todos os participantes puderam contribuir para a sua elaboração, enviando sugestões e propondo alterações.
A contribuição popular nesse processo ocorreu em duas etapas. A primeira, online, entre setembro de 2015 e março de 2016, quando mais de 12 milhões de pessoas analisaram a versão inicial. Três meses depois, cerca de 9 mil educadores discutiram a base nos seminários estaduais.
Para o MEC, a participação serviu para adequar a linguagem e identificar controvérsias. Agora, o Conselho Nacional de Educação vai colher mais sugestões, mas sem alterar o texto.
E as TIC?
A BNCC trata as Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) como mais um recurso de interação com o cotidiano, ou como parte do contexto de vida dos alunos.
Ensino fundamental
Para os anos iniciais, o texto trata da tecnologia como fonte de estímulo da curiosidade. O estímulo ao pensamento criativo, lógico e crítico, por meio da construção e do fortalecimento da capacidade de fazer perguntas e de avaliar respostas, de argumentar, de interagir com diversas produções culturais e de fazer uso destas tecnologias de informação e comunicação para a ampliação da capacidade de compreensão de si mesmos, do mundo natural e social, das relações dos seres humanos entre si e com a natureza. (Brasil, BNCC, p.54).
Para os anos finais a Base ressalta o avanço e a multiplicação das tecnologias de informação e comunicação e do crescente acesso a elas pela maior disponibilidade de computadores, telefones celulares, tablets e afins. Ressalta que os jovens, nessa faixa etária de escolarização, não são mais meros consumidores, os estudantes estão dinamicamente inseridos nessa cultura, são protagonistas da cultura digital, envolvendo-se diretamente em novas formas de interação multimidiática e multimodal e de atuação social em rede, que se realizam de modo cada vez mais ágil. (Brasil, BNCC, p.57).
Inclusão Digital
Nos textos não há qualquer menção ou referência em relação à inclusão digital. As diversas tecnologias de informação e comunicação vêm se desenvolvendo de forma integrada com os modos de vida da sociedade atual. São parte integrante do mundo social em que vivemos e as crianças já nascem nele. Neste sentido, a BNCC entende que não se pode mais falar em inclusão, uma vez que a tecnologia está intrínseca na cultura e contexto de vida das crianças e jovens da atualidade.
As tecnologias permeiam toda a BNCC e é citada em diferentes circunstâncias e de variadas formas, como:
- Recurso didático (instrumento para aprender).
- Diferentes Linguagens (novas tecnologias: a digital, de comunicação e informação).
- Objeto de conhecimento (Ex.: Arte – Arte e tecnologia, Educação Física – Jogos Eletrônicos, História – O mundo da Tecnologia).
- Área do conhecimento (Língua Inglesa – práticas de leitura e novas tecnologias).
#Ficaadica: A BNCC ressalta também a necessidade imprescindível que a escola compreenda e incorpore mais as novas linguagens e seus modos de funcionamento, desvendando possibilidades de comunicação (e também de manipulação), e que eduque para usos mais democráticos das tecnologias e para uma participação mais consciente na cultura digital. Ao aproveitar o potencial de comunicação do universo digital, a escola pode instituir novos modos de promover a aprendizagem, a interação e o compartilhamento de significados entre professores e estudantes.
por Ava Vilas Boas