Dois brasileiros concorrem ao "Nobel da Educação"
O vencedor de 2018 será anunciado em março e receberá um prêmio de US$ 1 milhão
Publicado em 01/02/2018 09:13 - Atualizado em 01/02/2018 09:54
Diego Mahfouz Faria Lima foi vencedor do prêmio Educador Nota 10, em 2015.
Os educadores brasileiros Diego Mahfouz Faria Lima e Rubens Ferronato estão entre os finalistas do Global Teacher Prize de 2018. A premiação, que acontece em março em Dubai, nos Emirados Árabes, organizada pela Fundação Varkey, é reconhecida como o prêmio Nobel da Educação.
Um time de especialistas do mundo todo escolhe o docente que tenha feito a maior contribuição a sua profissão, impactando os alunos e a comunidade. Concorrem educadores que trabalham com crianças e jovens de 5 a 18 anos, ou seja, que estejam no ensino básico no Brasil. A missão do Global Teacher Prize é a mesma do Prêmio Educador Nota 10, ou seja, valorizar professores e gestores.
Já é a segunda vez que Diego Mahfouz Faria Lim, gestor da EM Darcy Ribeiro, em São José do Rio Preto (SP) é indicado para esse título, a primeira foi em 2016. Ele iniciou como diretor em 2014, com apenas 27 anos, em uma escola que tinha notoriedade por ser violenta e ter baixos índices de aprendizagem. Por meio de alianças com a comunidade e dando voz a alunos e colaboradores, Diego acabou com as depredações e reduziu a indisciplina, os índices de reprovação e evasão escolar.
O projeto se iniciou com uma reforma para dar dignidade ao local, que tinha paredes sujas e até queimadas pelos alunos. Atualmente a escola conta com projetos das áreas de artes e ciências no contraturno, tem relação sólida com a comunidade do bairro e conta com presença maciça de pais nas reuniões. Também segue com projetos para mediação de conflitos e violência e tem estratégias para reduzir as faltas escolares. As iniciativas em conjunto transformaram a motivação de coordenadores, professores, pais e alunos.
Multiplano
O projeto de Rubens Ferronato - intitulado Multiplano - surgiu em 2000 ao se deparar com o desafio de ensinar tabelas e gráficos a um aluno com deficiência visual. A ideia para superar essa barreira veio ao olhar produtos em uma casa de materiais de construção. Com uma placa perfurada com pinos de plástico e elásticos, ele desenvolveu um material didático que auxilia os alunos com deficiência visual na compreensão dos conceitos de Matemática e permite ensinar até 108 conceitos de matemática estatística.
Embora tenha surgido em uma sala de Ensino Superior, o projeto criado por Rubens é utilizado atualmente em mais de 200 escolas em todo o Brasil. “Às vezes, não temos mensuração sobre o que é ser finalista de um prêmio global, mas é um reconhecimento muito valioso e de impacto muito grande”, conta.
A primeira premiação do Multiplano firmou um compromisso maior entre o professor e a sociedade. Depois disso, ele desenvolveu outros quatro materiais para auxiliar na aprendizagem dos alunos cegos. Para o professor, um prêmio desse porte vai muito além de ampliar o reconhecimento e trazer oportunidades para a carreira. “Ele muda também meu compromisso com a sociedade e dá visibilidade para um material que pode ajudar muitos alunos ao redor do mundo”, afirma
Os indicados ao prêmio se comprometem a doar parte do valor para investir em projetos educacionais em suas escolas. O professor Wemerson da Silva Nogueira, Educador do Ano de 2016, ficou entre os 10 finalistas do Global Teacher Prize em 2017. Em uma escola pública de Boa Esperança, no Espírito Santo, ele orientou seus alunos a estudar a tabela periódica a partir de análises da água e a buscar soluções para a população ribeirinha vítima da tragédia do Rio Doce, impactando significativamente a comunidade local.
*Com informações da Fundação Victor Civita e do site Nova Escola.
** Crédito da Foto: Fernando Gazinhato/FVC
por Amigo Micro